sábado, 14 de maio de 2011

Em todas as ruas

Quando andei sobre seu caminho, refiz seus passos, refutei expectativas, reaprendi a caminhar de modo que jamais vou me esquecer.
Um caminho que pode ser descrito como impuro.
Impuro na sua beleza, na sua essência, na sua forma.
Diferente dos demais caminhos que já passei, era possível enxergar o horizonte, ainda que ofuscado pelo calor que emanava do chão quente a criar miragens, que aos poucos foram aniquilidando meu eu. Mas, havia ali um fim, um desejo a ser comtemplado e conquistado. Esse desejo estava no caminho, estava no caminhar, estava no sonhar.
Quantos dias foram precisos? Não sei. Talvez, meses e anos não foram suficientes para que o caminho fosse completado, mas isso não foi probema. Pois, o horizonte, ou o fim, estava em cada passo dado.
Seu caminho ensinou-me a querer ser mais e nesse mais percebi as coisas que menos interessavam-me.
Era um caminho de extremos, tinha seus buracos, suas curvas, suas falhas, era concreto. Mas, também, tinha a profundidade de um infinito a perder de vista como quando caminhamos com os olhos fechado, estáticos. A mesma intensidade da escuridão das pálpebras a vir da mente.

Eu refiz esse caminho a meu modo.
Eu persegui seus rastros.
Era seu rosto que eu procurava.
Ao fim da caminhada percebi que todo o caminho que refiz era de fato um rumo novo.
Um caminho só meu, com sonhos e buracos que só eu sonhei e desviei ou, eventualmente, caí.
Era um caminho meu, mas com o norte a apontar sempre ao horizonte, que sempre foi e será você.
É sua face que procuro em todas ruas.