sábado, 13 de agosto de 2011

Assim


Eu quis voltar ao passado, reviver aquele frescor das noites e das manhãs....mas  a vida é como se fosse um trem, que sempre avança e as paradas são curtas demais (e nunca sabemos ao certo em que ponto vai parar)pessoas entraram , pessoas saem...e você nunca sabe quem comprou  o bilhete premiado de sentar ao seu lado.



(será que eu mudo de lugar?)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Inveja de Inverno

Tenho inveja dos enamorados que acolhidos nas sombras e protegido debaixo das marquises constroem ninhos de sussurros para procriar afagos, parece-me sempre fútil, banal, mas absurdamente atraente cada um destes casais se deleitando com as próprias limitações. Acho que as pessoas rompem suas amarras não diante da adversidade, mas sim diate do desafio supremo, fazer outro feliz. Suprir aquela criatura insaciável, que caprichosa como só ela consegue ser, demanda constantemente as maiores provas de devoção, abnegação e coragem e gentilmente reergue aquele que destruiu a si mesmo ao topo de suas forças, só para começar tudo de novo.


Alguns podem pensar que guardo rancor do passado, medo do futuro, ou insatisfação com o presente e estarão certos. Mas eu sonhei, e cada vez que tento recuperar este paraíso perdido vem-se a boca o gosto de paixão e rum, o cheiro de colonia defumado em cigarro e a visão nebulosa de um fugaz romance... e eu acordo, encharcado em suor.

L.M

Premissas

Enquanto lançava as bases teóricas deste artigo, nos lodaçais da empiria, com o firme intuito de ancorar estas mal traçadas linhas em algo que seja mais do que apenas um ensaio em terreno infértil, deparei-me com a ambiguidade do fazer historiográfico. Seria necessário muito mais coragem, e talvez uma megalomania não disfarçada, para acusar ausência de propósito nas coisas da vida, ultimo refugio daqueles cuja existência recorrentemente nega as benesses do sucesso. Há uma dimensão pedagógica na dor, lúdica no esforço e mesmo o mais leniente dos hábitos, a indolência é inegavelmente criativa, mesmo que em artifícios para permanecer tal qual estava antes.


Seria imprudência, entretanto, dizer que todas as experiencias sejam iguais, um misto de alegria e sofrimento, pois entre elas se estende uma inegável divisória, o prazer e o desprazer. É sempre preferível sentir-se bem, mesmo perdendo, e ganhar mesmo com as chances contra você. Por tanto, se o bom e o mal são difusos, ou mesmo inseparáveis, não cabe discutir aqui, pois acusado de pesquisar o lixo cultural, eu possuo a licença máxima, e nela está escrito “daqui eu retiro prazer, e deste, o significado de meu ser, aqui reside o sentido da individualidade, moderno até seu ultimo fio de cabelo e contemporâneo sempre que suscita nos homens algum prazer ou desprazer”.


Mas se não é mais necessário me desculpar ou adentrar a porta traseira da universidade, por estudar este tema tão controverso, não quer dizer que possa tratá-lo de qualquer forma, ou mesmo submetê-lo a minha paixão, reduzindo o que seria profícuo a mero elogio, que no mínimo impertinente, mas provavelmente cego, dos méritos, se verdadeiros e dos defeitos se aparentes. A legitimidade do objeto de estudo, flerta constantemente com a autoridade do pesquisador, não aquela proveniente de um suposto saber exclusivo, mas sim a que advêm da seriedade da pesquisa, honesta em seus resultados e severa em seu método.


Então, mesmo que todo conhecimento produzido seja precário, as longas e extenuantes noites passadas em claro, serão válidas, se não para a uma fama, imprópria do saber militante, para a expansão do campo e sedimentação das montanhas nas quais virão a se apoiar aqueles que como você fizeram a escolha de olhar mais longe e tratar do banal como elemento fundante de uma sensibilidade própria de nosso tempo, expressão irmã do que há de melhor e pior nas coisas pensadas pelos homens.


Aqui faço minha ultima peça de resistência, armado com uma pena afiada como a língua dos sofistas, mas escudado com o peso de um século de estudos culturais, movido pelo objetivo real de uma história total, onde o pequeno não seja consumido por agigantados sistemas de crenças disfarçados de teorias. E que mesmo no mediterrâneo ou atlântico possamos ver os rostos, daqueles que os cruzaram e ali viveram, homens e mulheres, livres, escravos ou libertos, suscitados em sua individualidade e nutridos no seio de um pensamento, em que o comum represente vivência e a experiência seja cumulativa.




L.M

domingo, 24 de julho de 2011

Com tinta especial escrevi no céu azul....

                                                                                                                                                                                      
Porque se o tempo for só uma questão de dor, o nosso é multicolorido, tão colorido que encontramos uma cor só nossa....um doce tanto faz, a qualquer hora em uma diferente estação!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Indagações ou repetições...

Marcelo Camelo já disse que "caminha em frente pra sentir saudade", quando ouvi (ou melhor, você me deixou ouvir) achei lindo!Frase para ser dita e repetida......mas hoje, as coisas não são mais assim, não acho mais bonito e sim doído....eu não consigo andar em frente para sentir saudade, quero andar em frente ao seu lado!





.....só concordo com Camelo, quando disse que havia arrumado alguém chamado saudade, pois essa, á dias, é minha melhor companhia (não, não esqueci de você, querido tédio...mas você é outra história)












(....saudades,muitas,espalhadas pra todo lado)






L.C

quinta-feira, 7 de julho de 2011

"Tudo que eu não invento é falso"

Eles dizem  que você pode ser o que quiser....mas ninguém sabe o que é ser totalmente autentico



 

Já disse antes, e repito como se fosse uma prece, não acredite nas minhas palavras, eu as invento e faço delas meu mais novo sofrimento.
Nem tudo que digo, sinto e nem tudo que vejo é verdade...
Eu minto, amigos fantasmas, não para vocês, mas para mim.....
Eu minto para a rotina dizendo que hoje será diferente
Eu minto para os problemas dizendo que já os resolvi
Eu que minto para a minha dor, afirmando que hoje nem doeu tanto assim
E varias vezes, quase todo dia, eu minto pra felicidade dizendo que o lugar dela é ao meu lado.




.....e continuo nessa mentira sem fim

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Os instrumentos da história


Nos últimos tempos eu venho me preocupando em complementar minha educação acadêmica básica, suprir aqueles primeiros anos de faculdade, nos quais não me apliquei muito. Neste esforço hercúleo estou descobrindo muitos conceitos novos, fruto do trabalho de gerações de bons e medíocres historiadores que cunharam seus instrumentos de trabalho. E no meio desta confusão técnica, epilética, bélica alguns com mais lábia ou contatos disseminaram suas idéias entre hostes de entusiasmados estudantes e fertilizando-os fizeram crescer frondosas arvores conceituais.

Grandes e inspiradas revelações nunca viram a luz e morreram com seus criadores, tendo como ultimo local de desanco um sebo qualquer, onde se alimentam de poeira e esperança.

Gostaria de falar de uma das mais bem lapidadas instituições da vida humana, apanhada num fugaz momento de embriagues por um iluminado anônimo que lá mesmo sentado em um tamborete a pregou para as faces vermelhas e sorridentes que o circundava. E foi solto no mundo um manancial de verdades, que como fétido gás propagou-se na velocidade do espanto. E todos que tiveram contato com tal revelação a acolheram em seu intimo, pois sabiam que era real e agora podiam nomeá-la.

Instaurou-se a era do cagaço!

E tendo  não podido segurar o que prendiam, puseram-se a fazer conjecturas e elevaram aos céus novos e reluzentes motores da história. Ela, a História, como moça brava que não agüenta um chiste, sentiu-se desmoralizada, pois era tratada com os termos vulgares dos brutos e não com as palavras bonitas dos pedantes. Deu-se a fim e em um rápido clarão sua resposta, todos que a ouviram ficaram catatônicos, pois bela era sua voz, mas também incompreensível, pois a verdade sempre foi velada aos homens, e por boas razões.

Mas dizem os historiadores que naquela multidão de novos lazarentos, não se encontrou uma pessoa que não tivesse nos lábios um sorriso escarrado.



À todos os  condes das esquinas e viscondes dos cruzamentos, que buscam se aquecer nesta noite de inverno.

Lucas de Sousa Medeiros