Nos últimos tempos eu venho me preocupando em complementar minha educação acadêmica básica, suprir aqueles primeiros anos de faculdade, nos quais não me apliquei muito. Neste esforço hercúleo estou descobrindo muitos conceitos novos, fruto do trabalho de gerações de bons e medíocres historiadores que cunharam seus instrumentos de trabalho. E no meio desta confusão técnica, epilética, bélica alguns com mais lábia ou contatos disseminaram suas idéias entre hostes de entusiasmados estudantes e fertilizando-os fizeram crescer frondosas arvores conceituais.
Grandes e inspiradas revelações nunca viram a luz e morreram com seus criadores, tendo como ultimo local de desanco um sebo qualquer, onde se alimentam de poeira e esperança.
Gostaria de falar de uma das mais bem lapidadas instituições da vida humana, apanhada num fugaz momento de embriagues por um iluminado anônimo que lá mesmo sentado em um tamborete a pregou para as faces vermelhas e sorridentes que o circundava. E foi solto no mundo um manancial de verdades, que como fétido gás propagou-se na velocidade do espanto. E todos que tiveram contato com tal revelação a acolheram em seu intimo, pois sabiam que era real e agora podiam nomeá-la.
Instaurou-se a era do cagaço!
E tendo não podido segurar o que prendiam, puseram-se a fazer conjecturas e elevaram aos céus novos e reluzentes motores da história. Ela, a História, como moça brava que não agüenta um chiste, sentiu-se desmoralizada, pois era tratada com os termos vulgares dos brutos e não com as palavras bonitas dos pedantes. Deu-se a fim e em um rápido clarão sua resposta, todos que a ouviram ficaram catatônicos, pois bela era sua voz, mas também incompreensível, pois a verdade sempre foi velada aos homens, e por boas razões.
Mas dizem os historiadores que naquela multidão de novos lazarentos, não se encontrou uma pessoa que não tivesse nos lábios um sorriso escarrado.
À todos os condes das esquinas e viscondes dos cruzamentos, que buscam se aquecer nesta noite de inverno.
Lucas de Sousa Medeiros
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