Hoje, enquanto me preparava para agüentar com hombridade outro golpe do destino, resolvi matar o tempo passando o olho nos blogs de alguns conhecidos e me deparei com fortaleza.
Por detrás de palavras em fundo vermelho ofuscante eu vi uma luta desesperada.
Tomei-lhe os dedos calejados e machucados da batalha e os coloquei para escrever em minha alma. Cada martelada no teclado fazia ressoar uma fibra amortecida de meu coração, e como um piano velho passei a emitir vontade e poeira.
Senti-me com humor para remexer em territórios interditados.
...
Há algum tempo atrás, numa tarde torpe, me interpelaram em um comunicador instantâneo com o esdrúxulo pedido de nomear um blog. Como eu poderia fazê-lo? Não tinha competência alguma em nomear coisas; até o nome do meu cachorro era referência a um personagem de vídeo-game!
Mas um nome é uma identificação, é o fruto de um exercício diário de se compreender o mundo, é o caminho de pão que guia na floresta. Como todos, eu sou um nomeador, domino os instrumentos desta arte e nunca poderia me desviar do desafio proposto.
Sem querer vaticinei o destino do blog.
Batizei-lhe “Valeu à tentativa”, e junto de duas almas da maior grandeza pus-me a trabalhar. Naquele pequeno porem confortável lugar, dei vazão a pulsões extremamente controladas de minha alma, afinal de contas é um blog e não um divã.
Hoje, consciente do peso de minhas ações, percebo o papel encenado no início e no fim desta empresa. Fui o primeiro a abandonar o barco e remar até as praias tranqüilas da mordaz rotina... e assumo minha culpa.
Agora que encho a boca para pronunciar a fina ironia da expressão “valeu à tentativa”, perguntando-me se tirei algo da experiência.
Tais reflexões atiçam algo em meu ser e como uma lágrima, que percorrendo os canais áridos da fronte sofrida busca um caminho para escorrer, eu recito meu testemunho em grafismos digitais.
Acho que deu saudade... principalmente saudade.
Lucas Medeiros
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