Tenho de confessar que eu não estou com humor para escrever-lhes hoje. Minha proposta nunca foi submeter-me à prazos ou as infinitas crises de consciência que garantem o cumprimento dos mesmos, quero buscar prazer ao escrever, seja em sua concepção ou em sua fruição e quem sabe na recepção por parte dos outros. Temo que meus dedos se convertam em facas ferindo o teclado e aqueles que por ventura venham a ler estas palavras, mas darei uma chance à inspiração.
Venho me tornado cada vez mais indolente com o habito de escrever que deveria ser cultivado e não ficar refém dos humores. Escrever é o complemento da leitura, pois é a forma mais nobre de reelaborar e refletir sobre o que se tem lido, escutado ou vivido, é um meio de transformar acontecimentos em experiências.
Não é por falta de acontecimentos que não tenho escrito, afinal até estava em um boteco enquanto outros escritores deste blog reclamavam de estar em casa. O que falta é transpor a barreira da preguiça e dar forma as idéias que povoam minha mente, enquanto ainda consigo ouvi-las.
A inspiração não é uma constante, são curtos lampejos de potencial oculto que qualquer pessoa é capaz de conjurar de seu intimo e ao lado da intuição compõem os canais mais misteriosos de contato com o mundo externo.
Como um incêndio que consome tudo em seu caminho, a inspiração só necessita de uma fagulha para iniciar, mas some tão rapidamente como aparece deixando para traz apenas um mar de vidro onde outrora se encontrava uma praia de infinitos grãos de momentos. Ninguém além do próprio autor sabe dizer que elementos são capazes de reavivar as cinzas mornas das páginas prontas e fornecer o combustível das próximas linhas. Na maioria do tempo apenas tentamos ao acaso as mais diversas combinações em busca da formula da se escrever, quantos não morreram em tenra idade por excessos de todo tipo na corrida desenfreada de dar forma às angustias da alma.
Seriam um sorriso de menina, beijo de mulher, promessas de amor ou amizade ou mesmo doses de rum com coca-cola os segredos do animo que se apodera meus dedos em posse de uma caneta ou teclado? Apenas o tempo dirá.
“Tomando uma coca num buteco” L.M
Nenhum comentário:
Postar um comentário