quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Aguerrido a...

Eu não tinha a intenção de escrever um post hoje, penso que fazê-lo seria de alguma forma ofensiva aqueles que nestes últimos dias andam tão ocupados, mas vocês me conhecem, sabem que eu sou uma pessoa passional e subordinada a variações súbitas de estado de espírito. 

Venho aqui em um de meus ciclos baixos, tomado de uma inexplicável melancolia que acentua minha indolência e fraqueja minha vontade. Onde deveria haver um espírito férreo, há uma alma sensível que insiste em continuar charfudando em literatura de mulheres em vez de textos científicos muito mais necessários... mas quem pode culpá-los, estes homens que sofrem pela obrigação de sofrer, amam pela esperança de perder e se apaixonam com o cérebro e não o coração.

Penso que parecidos com cachorros, passamos nossos dias abandonados em quintais estreitos, relegados à solidão, mas ainda damos incondicionalmente todo nosso amor assim que nossa “dona” atravessa o portão e rapidamente retornamos a nossa tristeza quando abandonados com um mero coçar atrás das orelhas. Mas não somos cachorros, talvez ai esteja nosso principal problema, nós percebermos o tempo, prestamos mais atenção aos períodos de solidão do que aquele momento precioso que deveríamos entesourar. 

Maldita seja a nossa complexidade! Somos capazes de chorar e nos emocionar com a história dos outros e nos acovardamos quando somos chamados a atuar no papel principal. Hoje esperei um fantasma e tive a vivida sensação de tê-lo em meus dedos, mas era só ar. Quisera eu ter uma pata falante que me desse conselhos sobre a vida, como apenas uma hábil contadora de histórias faria. Eu sentaria a beira do fogão enquanto ela prepararia um bolo com toda a destreza que suas asas permitissem enquanto tagarelava sem parar sobre como nós humanos tornamos tudo mais difícil.

A despeito de meus delírios e da tentativa vã de conjurar personagens criados por outros, ainda conservo-me são. Posso nunca enviar as flores que passei meu tempo a olhar e muito menos terminar o livro que me propus a escrever, todavia ainda permito-me emocionar com as possibilidades de minha própria imaginação, onde os finais são felizes e há homens bravos que não temem a recusa de uma mulher.

Quando estiver melhor, vocês já terão desaparecido na fumaça... L.M

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