Não vou ficar aqui remoendo a minha tristeza de um sábado a noite, já falei muitas vezes da minha (pseudo) misantropia...
Hoje resolvi pagar minha promessa e escrever sobre a pessoa que me inspirou, no qual tive várias conversas, declarações e ate mesmo confissões!E mesmo nunca a vendo, eu sei que a conheço muito bem!(e vice-versa)
Peço licença, caros fantasmas, par contar uma história que durante alguns anos da minha vida eu esperei ser real!
Conheci um garoto comum, expulso da escola por causa das notas. O que tínhamos em comum?Muitas coisas, mas principalmente, a de que queríamos uma vida longe daquela rotina que todos seguiam, queríamos algo diferente, no qual nenhum dos dois sabia explicar.
Quando o conheci, tínhamos uma distancia que nunca poderia ser ultrapassada, e no começo nem pensava em extrapolar o limite. Mas a cada vez que o conhecia mais, eu esperava encontrá-lo por acaso numa rua, fumando seu cigarro com seu boné de caça vermelho e compartilhar o medo de se tornar um adulto hipócrita comum, engolido pela rotina.
Um dia nos encontramos e foi amor a pela primeira vista, decidimos fugir, ir pra lugar nenhum, onde viveríamos sem rotina nem nada, ele seria apenas um “ Apanhador no Campo de Centeio” e eu brincaria com as crianças ao seu redor... sem tempo, sem maiores preocupações...
Bom a história, como devem imaginar, não foi bem desse jeito... mas eu passei a acreditar nisso veementemente, o que antes parecia loucura, agora era normal pra mim sentir atraída por um personagem, por que no fundo eu tinha fé que ele existia e quando me visse iria me reconhecer como sua “Jane” então escaparíamos para qualquer lugar aonde o tempo e a rotina desse mundo maluco não nos atrapalhasse jamais. (era muito sonho adolescente, eu sei)
Eu o procurei, e em algum momento eu encontrei.... mas foi apenas uma confusão da minha mente,percebi (talvez cedo ou tarde demais) que não era ele. Em seguida desse episódio (que é ridículo demais pra ser contanto, não me levem a mal) comecei a pensar que o Holden poderia não existir realmente e talvez seja algo totalmente criado da –magnífica- cabeça de J. D. Salinger. Depois de tanto relutar, aceitei que Holden é um personagem no qual eu me identifico, mas nunca deixei de sentir isso tudo aquilo por ele, acho
que apenas guardei isso dentro de mim.
Relembrando esse período, me lembro que não tinha uma imagem estética definida dele... na verdade sua aparência não importava muito.Então como eu o reconheceria? Eu apenas sentiria (desculpe caros fantasmas, eu não sei descrever meus sentimentos a esse garoto)
Admito que parei de procurá-lo, mas não me surpreenderia se encontrasse um garoto, fumando,encostado na esquina de qualquer rua, com um boné vermelho e uma expressão “de tanto faz”....com o sonho de ser um “O Apanhador no Campo de Centeio”!
Da sempre “namoradinha” de H.C., L.C
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