Seres sem vulto aos quais não me refiro da forma apropriada – ainda recorrerei ao dicionário para procurar sinônimos de fantasma – sei que estou em divida com vossas pessoas. Deveria ter postado muito antes e não esperado a senhoria L.C fazê-lo. Diante da falta de material de qualidade, já que minhas ultimas experiências literárias são muito extensas para serem reproduzidas neste blog, eu me limitarei a reproduzir talvez meu trecho mais ficcional, uma experiência da qual só ouvi falar. Espero que apreciem, pois nos outros é até engraçado.
O tilintar dos sinos lança-me imediatamente a nau da catedral, retinindo ferozmente em consonância aos cantos dos fieis, aterrorizados com a iminência do fim do mundo... ou assim me pareceu o som do despertador. Quase desejo que fosse uma ligação inesperada às seis da manhã antevendo uma surpresa, mas o inconfundível barulho não deixa duvidas de sua parda intenção. Apenas o gosto da bile e a necessidade de absoluto imobilismo testemunham da noite passada.
Cada golfada de ar é recebida como o engolir de centenas de agulhas de gelo que alocam em minha mente, todavia elas ainda energizam os músculos que se levantam desmortos do leito em que me encontrava. Tomado de assalto pela vertigem e o súbito reconhecimento de uma verdade tão clara que dispensa qualquer hermenêutica. Havia dormido embalado apenas pelas fadas esmeraldas de absinto e pelos sátiros dos vinhos, sem nenhuma substância que aqueça os lençóis. Eu fui abandonado... mas em que ponto?
O que posso dizer após isso. Não levem mulheres para cama se estiverem bêbados... a quem quero enganar? Levem sim, a maioria não deve conseguir em outra situação.
Ainda tentando sorver “coragem liquida” em quantidade o suficiente para se declarar... L.M
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