Nessas férias minha maior diversão é ir ao cinema. Depois de muito esperar “Cisne Negro” (Black Swan) estreou nos cinemas, a ansiedade era tanta que fui ao primeiro dia de exibição (confesso que o lugar que fiquei não foi um dos melhores, mas nada disso importou), quando o filme acabou fiquei uns 20 minutos olhando para a telona, tentando traduzir em palavras o que eu senti.
Digo que um filme é bom quando me provoca as mesmas sensações do personagem, mas esse filme me fez sentir muito mais que momentâneas sensações, me fez sentir grandes fobias.
Darren Aronofsky já me fez sentir grandes fobias. Tudo começou em “Requiem para um sonho” (requiem of dream) que em minha opinião não é um filme só sobre drogas, mas sim um filme sobre obsessão, ausência e outras questões que nos assolam, a droga é o refugio que alguns encontram para essas questões O filme mostra as diversas variações da palavra viciado, ser viciado em algo é esquecer, por meros segundos, a realidade (seja por meio de drogas,televisão, internet ou outra qualquer coisa).A película me incomodou, principalmente por que eu percebi que sou uma viciada em tantas coisas!(e a pior parte é admitir o vicio)
Já “O Lutador” (The Wrestler) valeria a pena pelo simples motivo de devolver as telas Mickey Rourke (que foi umas das minhas paixões adolescentes), mas o filme acabou me encantando não apenas por esse motivo, a história de um homem fracassado que não consegue admitir que o tempo passou e que ele ficou para trás, deixando claro que todos têm limites (mesmo que não aceitamos isso). Rourke faz um homem que não desiste de participar de lutas, não porque seja realmente preciso, mas sim porque ele necessita da sensação que o ringue o trás, pois fora desse ringue ele não ninguém mais que um homem estropiado que trabalha num pequeno supermercado. O filme faz um contraste maravilhoso, um homem que usa da violência para se sobressair da realidade ao mesmo é um homem frágil, sozinho que carrega tantas culpas e arrependimentos.
E em “Cisne Negro” o fôlego também faltou. A história é simples (se assim você quiser pensar) uma bailarina que esta prestes a fazer o papel da sua carreira; O Lago dos Cisnes, mas para isso ela precisa “sentir” mais os movimentos (pois a personagem segue a métrica e perfeição dos movimentos). Com a finalidade de sentir o cisne negro dentro dela, a personagem Nina entra numa jornada autodestrutiva.
Balé nunca me atraiu muito, mas neste filme, cada movimento de Nina na peça me fazia arrepiar, cada alucinação dela me fazia pirar e (quase) ter um ataque de claustrofobia. Confesso que pensei em algumas horas que não sairia viva daquele filme ou que se saísse minha saúde mental não seria a mesma. Mas no final tudo deu certo e eu sobrevivi, sem maiores danos (eu acho)
Sei que não possuo um depoimento firme sobre nenhum filme de Arosnofsky e é por esse motivo que seus filmes são fascinantes para mim. Às vezes não é preciso entender tudo, mas simplesmente sentir todas aquelas diversas emoções.
Da Cisne Negro/Cisne Branco , L.C.
Nenhum comentário:
Postar um comentário