O jogo acabou. The bell rings.
"Tin"
O que será de mim agora?. Todos os sorrisos, fetiches e distrações chegaram ao fim.
Terminada a batalha eu retornarei... para os braços que me abraçam. Oh! Os doces lábios de maneira melíflua tocarão a alma, outrora minha. Pegajosa lembrança.
Não, não posso fugir. Serei forte, lutarei novamente.
"Tin".
Sozinho estou. Entregue aos braços da terra. Caído. O solitário soldado que retornou com seus pertences a tiracolo. Jamais retornou vivamente.
O meu EU, o seu EU, ficaram perdidos como tantos outros. Numa batalha sem sentido travada no campo das ilusões.
O olhar triste, desolado e distante.
"Tin"
Outra chance. Levanto-me, corro, fujo para longe. Mas de quem? de mim mesmo? de você? Ah! Não parece ter fim. Uma busca desnecessária por uma visão maldita. Eu sei. Caído.
"Tin"
É cansativo perder a memória, olhos inchados, luvas esfoladas, armas enferrujadas. No saudoso inverno de 44, véspera de Natal, eu estava lá. Lembro-me. Sozinho, lutando. Caído. Hoje, verão de 52, velho, persisto a luta, ainda que num quadrado, com trapaças, luvas e sem sonhos. Caído.
"Tin"
É o fim. Quando atravessei o Atlântico de volta, tinha sonhos. Eram plausivamente reais. Superei o inverno, o frio da distancia, a frieza da alma humana. Buscava, agora, meu verão, o calor de sua alma a confortar-me. Caído. Parece-me que a segurança de minha casa não suporta mais a vívida lembrança daquele inverno. As infinitas plantações douradas são como as infinitas almas perdidas. Procuro-me.
Cá estou, lá pertenço.
Voltarei, mesmo que velho e rico de lembranças. Voltarei para o lugar em que fui REI, Vencedor.
Caido. No Céu do Atlântico perdi minha alma, nas terras de Bastogne encontrei meu corpo.
"Tin"
O ÚNICO
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