terça-feira, 26 de abril de 2011

Tempos de derrota

Nada mais que trinta dias se passaram.
E ele perdera um coração e uma paixão.
O Destino fazia dele a vítima necessária.
Sozinho, trancafiado, abandonado, esmaecido

Nada mais que trinta horas se passaram.
Sabia que as questões da vida eram-lhe impostas de maneira impetuosa.
E ele perdera aquela energia que o fizera renascer e Superar, como noutro conto.
Ele precisava daquilo e daquele amor, daquele carinho, daquele calor, daquele beijo.
Triste, cético, caído, desprezado.

Nada mais que trinta minutos se passaram.
E ele ainda a desacreditar de sua derrota.
Sem armas, sem poderes, sem nada. Ali estava
desprotegido, desabrigado, desemparado.

Nada mais que trinta segundos se passaram.
E ele num instante perdera seu único aconchego.
Nada mais que três palavras foram ditas:
"Não quero mais!"
Os profundos cortes que cada uma dessas afiadas palavras a penetrar-lhe mandaram-lhe para a infinitude do desconhecido.
Por mais de 30 milhões de vidas.

Entre o cheio e o vazio

Isso é mais que uma confissão, é um desabafo que carrega a dias em minha mente, eu não consigo mais escrever, meus caros infiéis fantasmas!




Não sei bem o que gerou isso, talvez seja a obrigação do dia a dia que nos faz produzir produzir e produzir e assim perdi a espontaneidade de descrever pequenos momentos da minha vida.Ou realmente me cansei de escrever e tentar expressar coisas que nem eu mesma sei o que é.Prefiro acreditar na primeira opção(é bem mais confortável não ser a culpada)

Às vezes todas essas obrigações, pressões me faz esquecer (por meros minutos ou perduram um pouco mais) aquela motivação juvenil, cheias de sonhos, expectativa e esperanças de um futuro bom, que me trouxe ate a porta desta universidade. Tenho medo desses momentos.

Sempre planejei muito bem as coisas, o plano maior foi sempre sair de casa e entrar numa ótima universidade, mas agora olhando um pouco pra trás percebo que pulei algumas etapas, que antes pareciam bem banais mais hoje parece necessário. Entrei na faculdade, no curso desejado, e agora?Eu planejei ate aqui. Mesmo tentando planejar a cada dia o futuro, eu não o vejo, na verdade às vezes custo ver o presente (que é sempre sufocado pela busca do futuro perfeito)

Percebi uma nova amiga: a rotina (e Deus sabe quantas vezes chorei e esperniei por causa dela). Alguns me disseram que ela é inevitável na vida de qualquer um, eu não aceite isso como resposta. Queria apenas tira-la da minha vida. Mas agora pensando bem, eu vejo que ela sempre esteve comigo, escondida num cantinho qualquer. Percebo que tenho apenas duas opções: aceita-la como escrava  e viver uma vida artificial sempre recebendo as ordens desta implacável senhora. Ou posso aceita-la como amiga, vive-la no meu cotidiano, mas estabelecer limites desta amizade.

Acho que toda essa confissão, foi para assumir que estou passando por uma crise de idade (afinal 20 anos é uma grande responsabilidade) eu me vi morta e artificial, numa vida sem “aventura” nenhuma. Parece que foi agora que eu descobri que esse mundo ali fora é pra ser visto, tocado e admirado não temido e repreendido. Eu quero sentir!E você me faz sentir algo real, por isso toda essa dependência.

Quis fazer tudo cedo demais, e agora me perco nessas desilusões do dia a dia.
Preciso agora dormir e construir sonhos, rever aquelas metas e fazer novas, mas nada tão estereotipado ou fechado....parâmetros( planejar ainda é um vicio).




Eu quero o perigo, senti-lo em minhas veias, entenda, que assim posso trazer tudo que nunca senti de volta....






Apenas uma menina que quer ver estrelas, L.C.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

...

Eu fecho os olhos bem forte e faço um pedido:Eu quero você!Eu quero seus braços me protegendo desse mundo inacabado. Começo a imaginar, nós deitados olhando o céu, conversando sobre as coisas banais, fazendo teorias, desconstruindo outras...


 A carência me atinge!Eu preciso de você... agora


Você vem?





Da carente L.C

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Duplicidade

Em meio a multidão eu padeço.
Retiro-me no momento clímax e nada, nada, fará sentir-me como antes.
O caminhar curvado e cambaleante como a de um ferido num duelo a propender.
Teço comentários absurdos que em nada mudarão minha estima.
O sol permanecerá o mesmo, sempre.
Nele confio;
Nele aqueço-me;
Nele canso-me;
Nele faço-me líquido.
As sombras que agora me escondo são o aconchego e o esconderijo da sua insana verdade a correar minh'alma.
A veracidade desses fatos é axiomaticamente ardente.

Em meio as luzes acesas da madrugada, eu existo.
Sou o protagonista a cantar e sorrir e nada, nada, fará sentir-me como antes.
O livre andar, o saltitar entre passeios e postes, os transeuntes a faltar.
Sou a própria verdade nesse momento e a estima egocêntricamente se infla.
A lua não permanecerá para sempre, o seu retorno doravante não será o mesmo. Novas luas virãos.
Assim como novas felicidades, novos sabores, novos desejos, novos amores.
Nela eu não sou;
Nela eu transmuto;
Nela sou camaleão;
Nela faço-me vida.

Outra lua, mesmo sol.

Serei sempre o homem biológico, mas nunca o mesmo homem.
Jamais.
A claridade da vida não permite mudanças, apenas nos escuros confins da alma, da incosciência consciente de si, elas ocorrem.

De repente!

Trancafiada em seu quarto, sabia que o fim estava próximo.
Jamais deixou que isso a abalasse, no inverso da cousa, lutou contra tudo.
Mas foi vencida pela vontade daquele que a tudo se deve. Acabara por aceitar sua condição de pré-morte.
Esmaecida e sem forças decide usar aquilo que ainda estava bem, a mente.
O exercício da mente era sua tarefa final: rememorar cronologicamente a vida.
Relembrar a pouca vida que lhe foi dada para viver.
De olhos fechados e com sol a bater sobre seu rosto fez do vermelho das pálpebras as cortinas de seu teatro.
Percebera de início que Deus tirou-lhe tudo que era material, mas deixou intácto e conservado todo o pensar e sentir. Agradeceu-Lhe por isso. Ali estava completamente viva. Ali era criança, adolescente e adulta ao mesmo tempo, sem lógica. A peça era sua, a plateia e a protagonista eram ela, somente ela. Não havia segredos ou falsidades...

"Viver das lembranças é como estar num vazio sem fim, não há perspectiva de nada, tampouco sentido", refletira.
Entristecida, estava a chorar sobre os lençois manchados de sua cama, queria a materialidade das coisas para ter o impulso do pensar, do sentir, da memória, das paixóes.
Os gostos, os sentidos, os cheiros, eram fracos e insossos, naquele mundo.
Desamparada. Sua mente deixara-lhe, sozinha.
Ela, a dor, a saudade do futuro partir, o medo, eram um só, agora.
Toda a aceitação anterior fora-lhe tirada.
E nada pode fazer.
Passaram-se dias e noites.
O choro e dor eram sua única reação ao mundo sensível.

"Nada, nada irá tirar-me deste mundo. A vida após a morte é vácuo."
Sua luta era contra o corpo já morto a prendê-la.
A ininteligibilidade da realidade era-lhe presente naquela noite.
A mente arrastava-lhe para o poço, onde as lamentações são insensíveis.
O suor do corpo febril deu lugar a frieza do sangue parado.
O último suspiro fora seu último alento.

A mente por sua vez, materializou-se.
E a ela apareceu. Nela fez sentir todas as boas coisas. Tudo estava brilhando e vívido.
De repente, a noite virou sol e do clarão dourado a emanar de todo o quarto via-se a mão do seu criador a tocar-lhe a fronte.
Ela renasceu naquela noite...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Palavras que já não acredito.

Minha razão de tudo um dia foi você.
Aquele nosso amor que acabou tão triste.

Paráfrases de um Rei, de um Rei solitário.
Imerso na imensidão do castelo
A fortaleza escura e mal cheirosa,
as sombras dançam o ritmo das velas
ao som do vento a soprar.
Oh! Rei. A majestade na Terra, a coroa dourada
não lhe findou os desejos.
Conquistou as terras, os continentes, os mares.
Mas não conquistou o coração irracional.
O amor, sua final busca, recusou-se a entregar-se, mesmo sob a ponta da espada.
Lá estava o Rei, dono mundo, sozinho.
Como a chama que consome as coisas, mas não consome as cinzas.
Com o mundo à seus pés, o Rei caminhou sobre ele, os rios ficaram vermelhos e viscosos.
Os céus choraram, os corpos apodreciam. O Rei era o fogo a transformar tudo em cinzas.
As cinzas permaneciam, eram tudo aquilo que o Rei não possuía.

Sozinho em seu leito de morte, o Rei chorou, suspirou e recordou as batalhas, o sangue e as conquistas. Percebeu que sua única derrota foi para o amor. Recusou-se sob sua espada.
No último suspiro desejou conquistá-lo...
O Rei não deixou herdeiros.

domingo, 10 de abril de 2011

A perda de tempos atrás!

Observando o andar impassível das massas, homens angustiados tiraram dos céus o termo revolução e o atribuíram a maré humana. Única força humana que não pode ser parada, que não responde a rei nem lei, apenas aos apetites vorazes dos estropiados e a ganância dos encamisados. 

Coloco-me só diante da massa, armado apenas com a força dos loucos, desconhecendo o perigo, rindo do bem e do mal.

Estive lutando por conta própria, mas agora não estou sozinho! Tenho uma multidão escondida nos cantos escuros de minha mente. São sonhos! Pesadelos! Esperanças! Somos eu e você... uma revolução!

Medeiros do contra-ataque

sábado, 9 de abril de 2011

Perder e deixar ir.

Percorrer os caminhos...
Escalar a montanha..
Correr... e nunca olhar para trás.
Nunca dizer adeus. Não queria ficar condenado a ter recordações.

No outono de 2009, eu era você, mas você ainda não era eu.
Nossos caminhos encruzilhados, bifurcaram no horizante, onde fui lhe procurar.

Hoje, nesse vazio a me corroer, nada posso prometer. A não ser deixar você partir, mas não deixarei que olhe para trás, pois me verá chorando. As lágrimas... as lágrimas queimam meu rosto, meus olhos são enchentes a inundar as ruas tristes, ondes o carros estão entravados e as velhas senhoras pedem misericódia.

Deixe-me sentir. Sentir seu cheiro, seu sabor... o gosto de tudo. Éramos um, hoje nada somos. Nada.

Todo aquele Rock...

Ser uma menina de cidade pequena, que tem sonhos grandes como o de ser diferente de toda aquela lógica, dificilmente é compreendida, muitas vezes é taxada de idiota,estranha, anti-social, alienada e outros “maravilhosos” apelidos.....




Quando tinha uns 14/15 anos descobri um tipo de música, que segundo a minha mãe só marginais e drogados escutavam: o rock. Lembro-me que a primeira música “pesada” que ouvi foi “Iron Man” do Black Sabbat, eu me apaixonei por aqueles cabeludos com cara de poucos amigos...

As pessoas que me apresentaram esse “mundo” eram meias que excluídas das grandes conversas da sala e dos maiores agitos que ocorria na cidade (que ate hoje é voltado pro sertanejo).Andar com essas pessoas, tinha uma regra básica: andar de preto.Revirava todas as manhãs o meu guarda roupa atrás de calças pretas e passava um lápis de olho fortíssimo no olho.Rock na veia (era assim que assina meu nome nas coisas ,100% Rock na veia)

Andar com essas pessoas era um ato de rebeldia, primeiro naquele mundinho da escola, éramos os temidos ou esquecidos e nem segundo em casa, aonde fazia pose de rebelde (sem causa) em tudo.

 Quase todas as sextas-feiras á tarde íamos à casa de uma menina escutar músicas e depois discutimos o som daquelas bandas.Como grupo, nosso principal passatempo, era ficar todo sábado a noite na praça principal da cidade e ficar conversando (lógico que eu precisava voltar pra casa as 10:30 da noite, mas pra mim isso era a noite inteira)

Ate que um dia eu ouvi “Smeels Like Teen Spirit” do Nirvana e ai foi amor a primeira ouvida por Kurt Cobain, a partir daquele momento tudo pra mim girava em torno dessa banda. Logo descobri que o Kurt havia morrido em 94, fiquei triste ao perceber que todas as possíveis histórias que como nos encontraríamos (e apaixonaríamos) não tinham chance nenhuma de conhecer ..... mas eu sobrevivi.Troquei as roupas pretas por camisas (grandes) xadrez de flanela, rasgava minhas calças jeans com lixa de unha e comecei a usar all star, podia estar o maior calor mas eu estava com minha blusa xadrez verde(e de mangas compridas) me achando a “tal”.

Quando mudei de escola, o impacto foi grande, ninguém ali se vestia todo de preto ou blusas de flanela em pleno sol quente....foi mudando as poucos, usando roupas mais “normais” como diria minha mãe, deixei a blusa xadrez de  lado, mas ainda usava algumas blusas do nirvana(bom uso ate hoje)

Essa historia toda é só minha singela homenagem a morte de Kurt; afinal são 17 anos sem esse incrível gênio. Hoje em dia podem me chamar de careta, mas perdi bastante daquele ar rebelde e meio dark. Sou bem mais pop por assim dizer. Mas continuo lembrando dessa época com muita saudade e nunca esquecerei as lições que o rock and roll me deu.



Paz, Amor e Empatia....pra você também querido






Da L.C., a eterna grunge