sábado, 9 de abril de 2011

Todo aquele Rock...

Ser uma menina de cidade pequena, que tem sonhos grandes como o de ser diferente de toda aquela lógica, dificilmente é compreendida, muitas vezes é taxada de idiota,estranha, anti-social, alienada e outros “maravilhosos” apelidos.....




Quando tinha uns 14/15 anos descobri um tipo de música, que segundo a minha mãe só marginais e drogados escutavam: o rock. Lembro-me que a primeira música “pesada” que ouvi foi “Iron Man” do Black Sabbat, eu me apaixonei por aqueles cabeludos com cara de poucos amigos...

As pessoas que me apresentaram esse “mundo” eram meias que excluídas das grandes conversas da sala e dos maiores agitos que ocorria na cidade (que ate hoje é voltado pro sertanejo).Andar com essas pessoas, tinha uma regra básica: andar de preto.Revirava todas as manhãs o meu guarda roupa atrás de calças pretas e passava um lápis de olho fortíssimo no olho.Rock na veia (era assim que assina meu nome nas coisas ,100% Rock na veia)

Andar com essas pessoas era um ato de rebeldia, primeiro naquele mundinho da escola, éramos os temidos ou esquecidos e nem segundo em casa, aonde fazia pose de rebelde (sem causa) em tudo.

 Quase todas as sextas-feiras á tarde íamos à casa de uma menina escutar músicas e depois discutimos o som daquelas bandas.Como grupo, nosso principal passatempo, era ficar todo sábado a noite na praça principal da cidade e ficar conversando (lógico que eu precisava voltar pra casa as 10:30 da noite, mas pra mim isso era a noite inteira)

Ate que um dia eu ouvi “Smeels Like Teen Spirit” do Nirvana e ai foi amor a primeira ouvida por Kurt Cobain, a partir daquele momento tudo pra mim girava em torno dessa banda. Logo descobri que o Kurt havia morrido em 94, fiquei triste ao perceber que todas as possíveis histórias que como nos encontraríamos (e apaixonaríamos) não tinham chance nenhuma de conhecer ..... mas eu sobrevivi.Troquei as roupas pretas por camisas (grandes) xadrez de flanela, rasgava minhas calças jeans com lixa de unha e comecei a usar all star, podia estar o maior calor mas eu estava com minha blusa xadrez verde(e de mangas compridas) me achando a “tal”.

Quando mudei de escola, o impacto foi grande, ninguém ali se vestia todo de preto ou blusas de flanela em pleno sol quente....foi mudando as poucos, usando roupas mais “normais” como diria minha mãe, deixei a blusa xadrez de  lado, mas ainda usava algumas blusas do nirvana(bom uso ate hoje)

Essa historia toda é só minha singela homenagem a morte de Kurt; afinal são 17 anos sem esse incrível gênio. Hoje em dia podem me chamar de careta, mas perdi bastante daquele ar rebelde e meio dark. Sou bem mais pop por assim dizer. Mas continuo lembrando dessa época com muita saudade e nunca esquecerei as lições que o rock and roll me deu.



Paz, Amor e Empatia....pra você também querido






Da L.C., a eterna grunge

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