sábado, 13 de agosto de 2011

Assim


Eu quis voltar ao passado, reviver aquele frescor das noites e das manhãs....mas  a vida é como se fosse um trem, que sempre avança e as paradas são curtas demais (e nunca sabemos ao certo em que ponto vai parar)pessoas entraram , pessoas saem...e você nunca sabe quem comprou  o bilhete premiado de sentar ao seu lado.



(será que eu mudo de lugar?)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Inveja de Inverno

Tenho inveja dos enamorados que acolhidos nas sombras e protegido debaixo das marquises constroem ninhos de sussurros para procriar afagos, parece-me sempre fútil, banal, mas absurdamente atraente cada um destes casais se deleitando com as próprias limitações. Acho que as pessoas rompem suas amarras não diante da adversidade, mas sim diate do desafio supremo, fazer outro feliz. Suprir aquela criatura insaciável, que caprichosa como só ela consegue ser, demanda constantemente as maiores provas de devoção, abnegação e coragem e gentilmente reergue aquele que destruiu a si mesmo ao topo de suas forças, só para começar tudo de novo.


Alguns podem pensar que guardo rancor do passado, medo do futuro, ou insatisfação com o presente e estarão certos. Mas eu sonhei, e cada vez que tento recuperar este paraíso perdido vem-se a boca o gosto de paixão e rum, o cheiro de colonia defumado em cigarro e a visão nebulosa de um fugaz romance... e eu acordo, encharcado em suor.

L.M

Premissas

Enquanto lançava as bases teóricas deste artigo, nos lodaçais da empiria, com o firme intuito de ancorar estas mal traçadas linhas em algo que seja mais do que apenas um ensaio em terreno infértil, deparei-me com a ambiguidade do fazer historiográfico. Seria necessário muito mais coragem, e talvez uma megalomania não disfarçada, para acusar ausência de propósito nas coisas da vida, ultimo refugio daqueles cuja existência recorrentemente nega as benesses do sucesso. Há uma dimensão pedagógica na dor, lúdica no esforço e mesmo o mais leniente dos hábitos, a indolência é inegavelmente criativa, mesmo que em artifícios para permanecer tal qual estava antes.


Seria imprudência, entretanto, dizer que todas as experiencias sejam iguais, um misto de alegria e sofrimento, pois entre elas se estende uma inegável divisória, o prazer e o desprazer. É sempre preferível sentir-se bem, mesmo perdendo, e ganhar mesmo com as chances contra você. Por tanto, se o bom e o mal são difusos, ou mesmo inseparáveis, não cabe discutir aqui, pois acusado de pesquisar o lixo cultural, eu possuo a licença máxima, e nela está escrito “daqui eu retiro prazer, e deste, o significado de meu ser, aqui reside o sentido da individualidade, moderno até seu ultimo fio de cabelo e contemporâneo sempre que suscita nos homens algum prazer ou desprazer”.


Mas se não é mais necessário me desculpar ou adentrar a porta traseira da universidade, por estudar este tema tão controverso, não quer dizer que possa tratá-lo de qualquer forma, ou mesmo submetê-lo a minha paixão, reduzindo o que seria profícuo a mero elogio, que no mínimo impertinente, mas provavelmente cego, dos méritos, se verdadeiros e dos defeitos se aparentes. A legitimidade do objeto de estudo, flerta constantemente com a autoridade do pesquisador, não aquela proveniente de um suposto saber exclusivo, mas sim a que advêm da seriedade da pesquisa, honesta em seus resultados e severa em seu método.


Então, mesmo que todo conhecimento produzido seja precário, as longas e extenuantes noites passadas em claro, serão válidas, se não para a uma fama, imprópria do saber militante, para a expansão do campo e sedimentação das montanhas nas quais virão a se apoiar aqueles que como você fizeram a escolha de olhar mais longe e tratar do banal como elemento fundante de uma sensibilidade própria de nosso tempo, expressão irmã do que há de melhor e pior nas coisas pensadas pelos homens.


Aqui faço minha ultima peça de resistência, armado com uma pena afiada como a língua dos sofistas, mas escudado com o peso de um século de estudos culturais, movido pelo objetivo real de uma história total, onde o pequeno não seja consumido por agigantados sistemas de crenças disfarçados de teorias. E que mesmo no mediterrâneo ou atlântico possamos ver os rostos, daqueles que os cruzaram e ali viveram, homens e mulheres, livres, escravos ou libertos, suscitados em sua individualidade e nutridos no seio de um pensamento, em que o comum represente vivência e a experiência seja cumulativa.




L.M

domingo, 24 de julho de 2011

Com tinta especial escrevi no céu azul....

                                                                                                                                                                                      
Porque se o tempo for só uma questão de dor, o nosso é multicolorido, tão colorido que encontramos uma cor só nossa....um doce tanto faz, a qualquer hora em uma diferente estação!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Indagações ou repetições...

Marcelo Camelo já disse que "caminha em frente pra sentir saudade", quando ouvi (ou melhor, você me deixou ouvir) achei lindo!Frase para ser dita e repetida......mas hoje, as coisas não são mais assim, não acho mais bonito e sim doído....eu não consigo andar em frente para sentir saudade, quero andar em frente ao seu lado!





.....só concordo com Camelo, quando disse que havia arrumado alguém chamado saudade, pois essa, á dias, é minha melhor companhia (não, não esqueci de você, querido tédio...mas você é outra história)












(....saudades,muitas,espalhadas pra todo lado)






L.C

quinta-feira, 7 de julho de 2011

"Tudo que eu não invento é falso"

Eles dizem  que você pode ser o que quiser....mas ninguém sabe o que é ser totalmente autentico



 

Já disse antes, e repito como se fosse uma prece, não acredite nas minhas palavras, eu as invento e faço delas meu mais novo sofrimento.
Nem tudo que digo, sinto e nem tudo que vejo é verdade...
Eu minto, amigos fantasmas, não para vocês, mas para mim.....
Eu minto para a rotina dizendo que hoje será diferente
Eu minto para os problemas dizendo que já os resolvi
Eu que minto para a minha dor, afirmando que hoje nem doeu tanto assim
E varias vezes, quase todo dia, eu minto pra felicidade dizendo que o lugar dela é ao meu lado.




.....e continuo nessa mentira sem fim

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Os instrumentos da história


Nos últimos tempos eu venho me preocupando em complementar minha educação acadêmica básica, suprir aqueles primeiros anos de faculdade, nos quais não me apliquei muito. Neste esforço hercúleo estou descobrindo muitos conceitos novos, fruto do trabalho de gerações de bons e medíocres historiadores que cunharam seus instrumentos de trabalho. E no meio desta confusão técnica, epilética, bélica alguns com mais lábia ou contatos disseminaram suas idéias entre hostes de entusiasmados estudantes e fertilizando-os fizeram crescer frondosas arvores conceituais.

Grandes e inspiradas revelações nunca viram a luz e morreram com seus criadores, tendo como ultimo local de desanco um sebo qualquer, onde se alimentam de poeira e esperança.

Gostaria de falar de uma das mais bem lapidadas instituições da vida humana, apanhada num fugaz momento de embriagues por um iluminado anônimo que lá mesmo sentado em um tamborete a pregou para as faces vermelhas e sorridentes que o circundava. E foi solto no mundo um manancial de verdades, que como fétido gás propagou-se na velocidade do espanto. E todos que tiveram contato com tal revelação a acolheram em seu intimo, pois sabiam que era real e agora podiam nomeá-la.

Instaurou-se a era do cagaço!

E tendo  não podido segurar o que prendiam, puseram-se a fazer conjecturas e elevaram aos céus novos e reluzentes motores da história. Ela, a História, como moça brava que não agüenta um chiste, sentiu-se desmoralizada, pois era tratada com os termos vulgares dos brutos e não com as palavras bonitas dos pedantes. Deu-se a fim e em um rápido clarão sua resposta, todos que a ouviram ficaram catatônicos, pois bela era sua voz, mas também incompreensível, pois a verdade sempre foi velada aos homens, e por boas razões.

Mas dizem os historiadores que naquela multidão de novos lazarentos, não se encontrou uma pessoa que não tivesse nos lábios um sorriso escarrado.



À todos os  condes das esquinas e viscondes dos cruzamentos, que buscam se aquecer nesta noite de inverno.

Lucas de Sousa Medeiros

domingo, 3 de julho de 2011

Não é justo

Eu te mostro todos meus medos e você os espanta
Eu te mostro minhas dores e você as tira de mim
Eu mostro meus piores traumas e você apenas me abraça....
E todo dia eu te mostro minha dependência por você, e você a aumenta!








(Eu nunca soube o que fazer)



LC

sexta-feira, 1 de julho de 2011

sempre foi assim

Mais nada disso pode ser chamado de força ou coragem,querido.....
Eu apenas sei mentir muito bem

(anos de prática)


Aqui

Eu achei melhor colocar a culpa no tempo, no trabalho e ate mesmo em você, mas entenda é duro demais olhar no espelho e encarar a verdade!Eu não conseguia mais olhar pra dentro de mim, talvez seja medo de encontrar velhos medos, as novas inseguranças.....mas agora eu vou ate o fim!



Eu nunca abandonei vocês,caros fantasmas, eu apenas me ceguei por um tempo!



Da velha conhecida,L.C

quarta-feira, 29 de junho de 2011

As letras como futuro

O mais difícil em retomar algo que se tenha abandonado uma vez é fazê-lo temendo abandoná-lo novamente. Escrever para mim não era um prazer, não era terapia e muito menos uma necessidade, escrever era um ato de sociabilidade.

A gana de ser ouvido é inerente a todo ser pensante, inevitavelmente cobiçamos os ouvidos alheios e orgulhosamente despejamos neles nossos erros, falsos conceitos e filosofias de boteco, e nos sentimos bem com isso. Mais importante, nos sentimos como que parte de uma comunidade, unidos pela leitura de um alguém, a confraria do texto da semana. Não é o caso de ser o objeto de discussão, contentava-me em elogiar um aqui, criticar outro ali e ir construindo aqueles invisíveis laços de obrigação que levam alguém a retribuir o favor quando for você a pessoa lida.

É disso que eu sinto falta. Deixei de ser um escritor, membro ativo e rebaixei-me a mero leitor. Minhas criticas esvaziaram-se, pois não poderia fazer melhor e meus elogios ficaram frios, pois me esqueci como de é duro tentar. Um dito popular diz que “críticos são aqueles que queriam ser escritores, mas não tinham talento suficiente”, tenho de confessar que não acredito na parte do talento, mas o substituiria de bom grato por vontade.

Agora que almejo voltar à sociedade, sou tomado pelo medo, como um arrivista em meio a aristocracia, fazendo o seu melhor para emular um comportamento inconsciente naqueles que o julgam com o olhar. Fico todo “cheio de dedos”, sutilezas e meios sorrisos, e percebo como a incerteza torna os bravos em covardes, mas oferece uma chance de superar o passado.

As letras mortas dos escribas e fariseus hoje só interessam a pedantes teólogos, é na forma viva de nosso tempo que se formam os mitos e as palavras nas bocas de nossos jovens. Fui velho e parte de mim pertence ao passado, de cidades frias e sociedades mortas. Não é suficiente voltar a freqüentar os mesmos lugares, ser lido pelas mesmas pessoas, para superar o passado é preciso almejar um futuro.

Hoje escrevo, sem saber do amanhã.

Lucas Medeiros

Avançando em caminhos fechados!

Hoje, enquanto me preparava para agüentar com hombridade outro golpe do destino, resolvi matar o tempo passando o olho nos blogs de alguns conhecidos e me deparei com fortaleza.

 Por detrás de palavras em fundo vermelho ofuscante eu vi uma luta desesperada. 

Tomei-lhe os dedos calejados e machucados da batalha e os coloquei para escrever em minha alma. Cada martelada no teclado fazia ressoar uma fibra amortecida de meu coração, e como um piano velho passei a emitir vontade e poeira.

Senti-me com humor para remexer em territórios interditados.
...
Há algum tempo atrás, numa tarde torpe, me interpelaram em um comunicador instantâneo com o esdrúxulo pedido de nomear um blog. Como eu poderia fazê-lo? Não tinha competência alguma em nomear coisas; até o nome do meu cachorro era referência a um personagem de vídeo-game!

Mas um nome é uma identificação, é o fruto de um exercício diário de se compreender o mundo, é o caminho de pão que guia na floresta. Como todos, eu sou um nomeador, domino os instrumentos desta arte e nunca poderia me desviar do desafio proposto.

Sem querer vaticinei o destino do blog.

Batizei-lhe “Valeu à tentativa”, e junto de duas almas da maior grandeza pus-me a trabalhar. Naquele pequeno porem confortável lugar, dei vazão a pulsões extremamente controladas de minha alma, afinal de contas é um blog e não um divã.

Hoje, consciente do peso de minhas ações, percebo o papel encenado no início e no fim desta empresa. Fui o primeiro a abandonar o barco e remar até as praias tranqüilas da mordaz rotina... e assumo minha culpa. 

Agora que encho a boca para pronunciar a fina ironia da expressão “valeu à tentativa”, perguntando-me se tirei algo da experiência.

 Tais reflexões atiçam algo em meu ser e como uma lágrima, que percorrendo os canais áridos da fronte sofrida busca um caminho para escorrer, eu recito meu testemunho em grafismos digitais.

Acho que deu saudade... principalmente saudade.

Lucas Medeiros

sábado, 14 de maio de 2011

Em todas as ruas

Quando andei sobre seu caminho, refiz seus passos, refutei expectativas, reaprendi a caminhar de modo que jamais vou me esquecer.
Um caminho que pode ser descrito como impuro.
Impuro na sua beleza, na sua essência, na sua forma.
Diferente dos demais caminhos que já passei, era possível enxergar o horizonte, ainda que ofuscado pelo calor que emanava do chão quente a criar miragens, que aos poucos foram aniquilidando meu eu. Mas, havia ali um fim, um desejo a ser comtemplado e conquistado. Esse desejo estava no caminho, estava no caminhar, estava no sonhar.
Quantos dias foram precisos? Não sei. Talvez, meses e anos não foram suficientes para que o caminho fosse completado, mas isso não foi probema. Pois, o horizonte, ou o fim, estava em cada passo dado.
Seu caminho ensinou-me a querer ser mais e nesse mais percebi as coisas que menos interessavam-me.
Era um caminho de extremos, tinha seus buracos, suas curvas, suas falhas, era concreto. Mas, também, tinha a profundidade de um infinito a perder de vista como quando caminhamos com os olhos fechado, estáticos. A mesma intensidade da escuridão das pálpebras a vir da mente.

Eu refiz esse caminho a meu modo.
Eu persegui seus rastros.
Era seu rosto que eu procurava.
Ao fim da caminhada percebi que todo o caminho que refiz era de fato um rumo novo.
Um caminho só meu, com sonhos e buracos que só eu sonhei e desviei ou, eventualmente, caí.
Era um caminho meu, mas com o norte a apontar sempre ao horizonte, que sempre foi e será você.
É sua face que procuro em todas ruas.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Tempos de derrota

Nada mais que trinta dias se passaram.
E ele perdera um coração e uma paixão.
O Destino fazia dele a vítima necessária.
Sozinho, trancafiado, abandonado, esmaecido

Nada mais que trinta horas se passaram.
Sabia que as questões da vida eram-lhe impostas de maneira impetuosa.
E ele perdera aquela energia que o fizera renascer e Superar, como noutro conto.
Ele precisava daquilo e daquele amor, daquele carinho, daquele calor, daquele beijo.
Triste, cético, caído, desprezado.

Nada mais que trinta minutos se passaram.
E ele ainda a desacreditar de sua derrota.
Sem armas, sem poderes, sem nada. Ali estava
desprotegido, desabrigado, desemparado.

Nada mais que trinta segundos se passaram.
E ele num instante perdera seu único aconchego.
Nada mais que três palavras foram ditas:
"Não quero mais!"
Os profundos cortes que cada uma dessas afiadas palavras a penetrar-lhe mandaram-lhe para a infinitude do desconhecido.
Por mais de 30 milhões de vidas.

Entre o cheio e o vazio

Isso é mais que uma confissão, é um desabafo que carrega a dias em minha mente, eu não consigo mais escrever, meus caros infiéis fantasmas!




Não sei bem o que gerou isso, talvez seja a obrigação do dia a dia que nos faz produzir produzir e produzir e assim perdi a espontaneidade de descrever pequenos momentos da minha vida.Ou realmente me cansei de escrever e tentar expressar coisas que nem eu mesma sei o que é.Prefiro acreditar na primeira opção(é bem mais confortável não ser a culpada)

Às vezes todas essas obrigações, pressões me faz esquecer (por meros minutos ou perduram um pouco mais) aquela motivação juvenil, cheias de sonhos, expectativa e esperanças de um futuro bom, que me trouxe ate a porta desta universidade. Tenho medo desses momentos.

Sempre planejei muito bem as coisas, o plano maior foi sempre sair de casa e entrar numa ótima universidade, mas agora olhando um pouco pra trás percebo que pulei algumas etapas, que antes pareciam bem banais mais hoje parece necessário. Entrei na faculdade, no curso desejado, e agora?Eu planejei ate aqui. Mesmo tentando planejar a cada dia o futuro, eu não o vejo, na verdade às vezes custo ver o presente (que é sempre sufocado pela busca do futuro perfeito)

Percebi uma nova amiga: a rotina (e Deus sabe quantas vezes chorei e esperniei por causa dela). Alguns me disseram que ela é inevitável na vida de qualquer um, eu não aceite isso como resposta. Queria apenas tira-la da minha vida. Mas agora pensando bem, eu vejo que ela sempre esteve comigo, escondida num cantinho qualquer. Percebo que tenho apenas duas opções: aceita-la como escrava  e viver uma vida artificial sempre recebendo as ordens desta implacável senhora. Ou posso aceita-la como amiga, vive-la no meu cotidiano, mas estabelecer limites desta amizade.

Acho que toda essa confissão, foi para assumir que estou passando por uma crise de idade (afinal 20 anos é uma grande responsabilidade) eu me vi morta e artificial, numa vida sem “aventura” nenhuma. Parece que foi agora que eu descobri que esse mundo ali fora é pra ser visto, tocado e admirado não temido e repreendido. Eu quero sentir!E você me faz sentir algo real, por isso toda essa dependência.

Quis fazer tudo cedo demais, e agora me perco nessas desilusões do dia a dia.
Preciso agora dormir e construir sonhos, rever aquelas metas e fazer novas, mas nada tão estereotipado ou fechado....parâmetros( planejar ainda é um vicio).




Eu quero o perigo, senti-lo em minhas veias, entenda, que assim posso trazer tudo que nunca senti de volta....






Apenas uma menina que quer ver estrelas, L.C.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

...

Eu fecho os olhos bem forte e faço um pedido:Eu quero você!Eu quero seus braços me protegendo desse mundo inacabado. Começo a imaginar, nós deitados olhando o céu, conversando sobre as coisas banais, fazendo teorias, desconstruindo outras...


 A carência me atinge!Eu preciso de você... agora


Você vem?





Da carente L.C

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Duplicidade

Em meio a multidão eu padeço.
Retiro-me no momento clímax e nada, nada, fará sentir-me como antes.
O caminhar curvado e cambaleante como a de um ferido num duelo a propender.
Teço comentários absurdos que em nada mudarão minha estima.
O sol permanecerá o mesmo, sempre.
Nele confio;
Nele aqueço-me;
Nele canso-me;
Nele faço-me líquido.
As sombras que agora me escondo são o aconchego e o esconderijo da sua insana verdade a correar minh'alma.
A veracidade desses fatos é axiomaticamente ardente.

Em meio as luzes acesas da madrugada, eu existo.
Sou o protagonista a cantar e sorrir e nada, nada, fará sentir-me como antes.
O livre andar, o saltitar entre passeios e postes, os transeuntes a faltar.
Sou a própria verdade nesse momento e a estima egocêntricamente se infla.
A lua não permanecerá para sempre, o seu retorno doravante não será o mesmo. Novas luas virãos.
Assim como novas felicidades, novos sabores, novos desejos, novos amores.
Nela eu não sou;
Nela eu transmuto;
Nela sou camaleão;
Nela faço-me vida.

Outra lua, mesmo sol.

Serei sempre o homem biológico, mas nunca o mesmo homem.
Jamais.
A claridade da vida não permite mudanças, apenas nos escuros confins da alma, da incosciência consciente de si, elas ocorrem.

De repente!

Trancafiada em seu quarto, sabia que o fim estava próximo.
Jamais deixou que isso a abalasse, no inverso da cousa, lutou contra tudo.
Mas foi vencida pela vontade daquele que a tudo se deve. Acabara por aceitar sua condição de pré-morte.
Esmaecida e sem forças decide usar aquilo que ainda estava bem, a mente.
O exercício da mente era sua tarefa final: rememorar cronologicamente a vida.
Relembrar a pouca vida que lhe foi dada para viver.
De olhos fechados e com sol a bater sobre seu rosto fez do vermelho das pálpebras as cortinas de seu teatro.
Percebera de início que Deus tirou-lhe tudo que era material, mas deixou intácto e conservado todo o pensar e sentir. Agradeceu-Lhe por isso. Ali estava completamente viva. Ali era criança, adolescente e adulta ao mesmo tempo, sem lógica. A peça era sua, a plateia e a protagonista eram ela, somente ela. Não havia segredos ou falsidades...

"Viver das lembranças é como estar num vazio sem fim, não há perspectiva de nada, tampouco sentido", refletira.
Entristecida, estava a chorar sobre os lençois manchados de sua cama, queria a materialidade das coisas para ter o impulso do pensar, do sentir, da memória, das paixóes.
Os gostos, os sentidos, os cheiros, eram fracos e insossos, naquele mundo.
Desamparada. Sua mente deixara-lhe, sozinha.
Ela, a dor, a saudade do futuro partir, o medo, eram um só, agora.
Toda a aceitação anterior fora-lhe tirada.
E nada pode fazer.
Passaram-se dias e noites.
O choro e dor eram sua única reação ao mundo sensível.

"Nada, nada irá tirar-me deste mundo. A vida após a morte é vácuo."
Sua luta era contra o corpo já morto a prendê-la.
A ininteligibilidade da realidade era-lhe presente naquela noite.
A mente arrastava-lhe para o poço, onde as lamentações são insensíveis.
O suor do corpo febril deu lugar a frieza do sangue parado.
O último suspiro fora seu último alento.

A mente por sua vez, materializou-se.
E a ela apareceu. Nela fez sentir todas as boas coisas. Tudo estava brilhando e vívido.
De repente, a noite virou sol e do clarão dourado a emanar de todo o quarto via-se a mão do seu criador a tocar-lhe a fronte.
Ela renasceu naquela noite...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Palavras que já não acredito.

Minha razão de tudo um dia foi você.
Aquele nosso amor que acabou tão triste.

Paráfrases de um Rei, de um Rei solitário.
Imerso na imensidão do castelo
A fortaleza escura e mal cheirosa,
as sombras dançam o ritmo das velas
ao som do vento a soprar.
Oh! Rei. A majestade na Terra, a coroa dourada
não lhe findou os desejos.
Conquistou as terras, os continentes, os mares.
Mas não conquistou o coração irracional.
O amor, sua final busca, recusou-se a entregar-se, mesmo sob a ponta da espada.
Lá estava o Rei, dono mundo, sozinho.
Como a chama que consome as coisas, mas não consome as cinzas.
Com o mundo à seus pés, o Rei caminhou sobre ele, os rios ficaram vermelhos e viscosos.
Os céus choraram, os corpos apodreciam. O Rei era o fogo a transformar tudo em cinzas.
As cinzas permaneciam, eram tudo aquilo que o Rei não possuía.

Sozinho em seu leito de morte, o Rei chorou, suspirou e recordou as batalhas, o sangue e as conquistas. Percebeu que sua única derrota foi para o amor. Recusou-se sob sua espada.
No último suspiro desejou conquistá-lo...
O Rei não deixou herdeiros.

domingo, 10 de abril de 2011

A perda de tempos atrás!

Observando o andar impassível das massas, homens angustiados tiraram dos céus o termo revolução e o atribuíram a maré humana. Única força humana que não pode ser parada, que não responde a rei nem lei, apenas aos apetites vorazes dos estropiados e a ganância dos encamisados. 

Coloco-me só diante da massa, armado apenas com a força dos loucos, desconhecendo o perigo, rindo do bem e do mal.

Estive lutando por conta própria, mas agora não estou sozinho! Tenho uma multidão escondida nos cantos escuros de minha mente. São sonhos! Pesadelos! Esperanças! Somos eu e você... uma revolução!

Medeiros do contra-ataque